Como a energia solar pode ser uma solução para a crise hídrica no Brasil
30 de novembro de 2023Energia solar fotovoltaica: tendências para integradores em 2023
30 de novembro de 2023O interesse da China no setor energético brasileiro voltou a valer a partir de 2023. Nos primeiros cinco meses do ano, os anúncios das empresas energéticas chinesas ultrapassaram R$ 65 bilhões (US$ 13 bilhões). O país já é um dos principais investidores no segmento. Entre 2007 e 2021, as empresas elétricas chinesas investirão US$ 32 bilhões no país.
O valor pode crescer muito com a previsão de megaleilões, a expansão das renováveis, a necessidade de eletrificação e o crescente interesse pelo hidrogênio verde, o que levou várias empresas chinesas a anunciarem uma série de memorandos de entendimento e novas parcerias. Se antes a estratégia principal era de fusões e aquisições, agora a possibilidade aumenta por meio de novos projetos (greenfield).
Os anúncios mais agressivos são feitos por empresas controladas pelo governo de Xi Jinping. O ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira estiveram recentemente com o presidente internacional da Energy China, Lyu Ze Xiang, e anunciaram que a empresa pretende investir aproximadamente US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 50 bilhões) em transmissão e energia eólica.
Silveira também se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, e sua comitiva, e disse ao repórter que o país é um importante parceiro e está trabalhando para estreitar as relações.
A estatal PowerChina International e a Pontoon Clean Tech também firmaram uma operação para investir aproximadamente R$ 1,8 bilhão (US$ 360 milhões) em grandes projetos de geração solar em Mauriti e Milagres, no Ceará.
A CEO da Spic Brasil, Adriana Waltrick, observa um cenário político pragmático com condições de crescimento. A empresa assinou um memorando de entendimento para projetos eólicos, solares e de hidrogênio verde. “O Brasil é o principal mercado da Spic Global e o país com maior capacidade instalada fora da China (…). A Spic pretende crescer 20 GW por ano globalmente, e o Brasil pode ser o alvo de 10% desse crescimento.
Segundo o executivo, a principal rota de crescimento da empresa será por fusões e aquisições, já que a empresa investe em dois projetos solares que somarão cerca de 2,5 GW de capacidade, com aportes estimados de US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões). Até 2025, a subsidiária local da chinesa State Power Investment Corporation (Spic) pretende atingir 5 GW.
Além de diversas concessionárias e linhas de transmissão, a State Grid é controlada pela CPFL, que já manifestou interesse em comprar a Enel Ceará (ex-Coelce) em um negócio que, se bem-sucedido, pode chegar a R$ 8 bilhões e se tornar o maior negócio do 2023. .
Ainda no segmento de transmissão, Furnas e State Grid manifestaram interesse no desenvolvimento do projeto de revitalização da linha de Itaipu. A Motrice Soluções em Energia e a China Gansu International Corporation for Economic and Technical Cooperation Company assinaram um memorando na área das energias renováveis.
A empresa veio para o Brasil em 2013 para a montagem de veículos, mas também na área das energias renováveis com a produção de painéis fotovoltaicos. Atualmente, já tem uma fábrica em Campinas (SP) e planeja outra, mas não diz quanto vai investir.
“O jeito chinês de fazer negócios é baseado na confiança, e o governo tem que olhar dessa forma para que as empresas venham investir”, diz Marcello Schneider, Diretor Institucional da BYD do Brasil.
Para o professor do Instituto Econômico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), Nivalde de Castro, o Itamaraty e o Ministério da Economia percebem isso e aceitam uma política externa mais pragmática, porque os investimentos em infraestrutura são de longo prazo.
“As empresas chinesas estão investindo no Brasil, ao contrário das americanas, e isso está acontecendo principalmente no setor elétrico (…). Esse movimento ascendente da economia, assim como a China, fortalece a economia brasileira e mantém o Brasil como uma potência neutra.
Fonte: https://www.absolar.org.br/